domingo, 8 de junho de 2008

Retrospectiva Digital de 2018

Há 10 anos, em 2008, o Comércio Eletrônico completou sua primeira década no Brasil.
Uma das principais ferramentas para se mitigar riscos e analisar novas oportunidades de investimento consiste na criação de cenários. Assim, faremos uma análise dos últimos dez anos de Comércio Eletrônico no Brasil por meio de uma retrospectiva a partir de 2018.

Como, em 2008, o ritmo de crescimento do varejo on-line no Brasil encontrava-se demasiadamente aquecido, o Sebrae lançou, conjuntamente com a camara-e.net, uma abrangente campanha de inclusão digital para as micro e pequenas empresas, acarretando em uma das grandes revoluções da Internet em nosso país nos últimos anos.

Na última década, praticamente ninguém ficou imune ao poder da rede, das costureiras artesanais de roupas íntimas aos gigantes do varejo tradicional, dos bancos e seguradoras aos cartórios de registros e notas, todos viram seus negócios se transformarem devido ao crescimento massivo da Internet no Brasil. Este foi o período em que o triumviratum estabilidade econômica, investimentos públicos e pujança digital alçaram o nosso país ao Grau de Investimento e sepultaram de vez o conceito do Risco Brasil.

A comerciante Deborah Klopffleisch, por exemplo, ao ver-se cansada do lento crescimento da Camomilah Confecções, um micro-ateliê de confecção artesanal de moda íntima para gordinhas, decidiu fechar as portas de seu ponto comercial, mudando-se 100% para a Internet. Neste momento nascia a camomilah.com.

A decisão mostrou-se vitoriosa, pois ao surfar através do crescimento médio de 25% do Comércio Eletrônico entre 2008 e 2018, a camomilah.com ampliou seu faturamento dezenas de vezes, atingindo 9,5 milhões de reais por ano em seu portal de roupa íntima focado no atendimento de um nicho de mercado, que requer exclusividade e discrição na hora da compra.

Todavia, Deborah não foi a única micro-empresária a ter sua vida alterada, no caso dela, radicalmente pelo avanço da Internet comercial. Os negócios ligados à rede viveram um período de monumental aceleração na última década, posicionando o Brasil no seleto rol das economias de primeiro mundo no ciberespaço. Esta foi a década do surgimento e consolidação de várias marcas virtuais brasileiras no cenário mundial. Hoje, temos orgulho de ostentar diversas “multinacionais.com” de enorme peso regional e global, como a B2W, o BuscaPé, a Sapatino, a eonde e o UOL, entre várias outras.

Por fim, pode-se afirmar que a iniciativa do Sebrae auferiu êxito pleno ao incluir dezenas de milhares de novos micro e pequenos empresários brasileiros à Internet. Em 2008, contávamos apenas com 15 mil lojas on-line, quantidade irrisória se comparada à atual marca de 197 mil lojas digitais. Todavia, não paramos por aí, pois também melhoramos sensivelmente a distribuição de renda no Comércio Eletrônico, antes fortemente concentrado nos 20 maiores varejistas on-line, que respondiam por 80% do faturamento. Hoje, assim como Chris Anderson, com a teoria da Cauda Longa, também quebramos o Princípio de Pareto, pois 80% dos varejistas on-line faturam 40% do montante gerado pelo B2C, que chegou a um total de R$ 264 bilhões no quarto trimestre de 2018. Fatura puxada pelo aumento vertiginoso das compras via cartões de débito, que cresceram de um patamar de menos de 5% de participação para 20% dos meios de pagamentos digitais utilizados pelos atuais 110,5 milhões de e-consumidores brasileiros.

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