domingo, 8 de junho de 2008

Convergência Digital, chegou a hora do "m" e do "t" do Comércio Eletrônico

No último mês de abril atingimos o recorde de 127,7 milhões de celulares, o que rendeu ao Brasil a atual densidade de 66,84 celulares para cada 100 habitantes. Este sensível crescimento da densidade é resultado do retorno da aceleração do ritmo de crescimento do celular no Brasil em 2007 com adições líquidas de 21 milhões de linhas, segundo o portal Teleco. Números que beneficiam o posicionamento das plataformas móveis no cenário da inclusão digital, pois, segundo o IBGE (PNAD - 2005), apenas 21% da população já acessou a Internet por meio de um PC, enquanto 36,7% dos brasileiros possuem celulares. Segundo o NIC.br (TIC Domicílios 07) atingimos 44,9 milhões de usuários de Internet em 2007. Por fim, segundo a Febraban, o número de usuários de Internet Banking também voltou a crescer chegando a 29,8 milhões, um acréscimo de 9,2% em relação à 2006.

Em dezembro de 2007, iniciamos a transmissão dos primeiros sinais de TV Digital, projeto com meta de atingir a ubiqüidade até 2016. Vale lembrar que a TV está presente em 97,1% dos lares brasileiros, enquanto os PCs se encontram em apenas 25% deles. Assim, fica claro que será a convergência entre o celular, a TV e a Internet, que fará toda a diferença na inclusão digital massiva em nosso país. Já começamos a vivenciar esta situação com a popularização dos equipamentos de entretenimento portátil com o boom das vendas de tocadores de MP3, câmeras fotográficas, smartphones e laptops de alta performance e capacidade de comunicação em banda larga WiFi (sem fio).

Um exemplo da avidez do ser humano pela convergência digital é o sucesso do iPhone de Jobs, um smartphone com interface revolucionária, que funde o iPod ao celular. Ao permitir acesso a conteúdos diversificados e sofisticados (música, filmes, TV, etc) dispositivos como esse fomentam o comércio de conteúdo, produtos e serviços via celular, o m-commerce. Os novos smartphones viabilizam, por fim, acesso irrestrito às redes WiFi, possibilitando inclusive a realização de chamadas VoIP no celular utilizando-se por exemplo do “m-Skype”, desconstruindo definitivamente os serviços de voz, como são conhecidos até o momento.

Por outro lado, nossos telões domésticos de alta definição iniciam a caminhada para tornarem-se janelas de acesso às cenas e imagens vindas de todos os rincões do planeta, “linkando-nos” a provedores de conteúdo sob demanda, a rádios digitais de alcance mundial, a hiper-informação online (jornais, revistas e TV - aberta ou por assinatura), a bancos, a lojas virtuais e a todas as demais formas de comércio eletrônico.

Desta forma, com o lançamento da TV Digital no país, esperamos ver aflorar os conceitos de t-banking (acesso a bancos via TV) e t-commerce (compras pela TV), quando poderemos adquirir o vestido de uma personagem da novela das oito com um simples clique do mouse em nossa TV. Assim, o caminho da convergência está desenhado. Todavia, se a TV Digital brasileira não conseguir se posicionar como a principal ferramenta desta transformação, certamente será substituída pela IPTV (TV via Internet), ficando como coadjuvante no cenário da convergência entre a TV e o PC para o acesso à Internet.

Finalmente, a adesão em massa a estas novas plataformas depende fundamentalmente de seus custos finais. Neste caso, concordamos com o Ministro das Comunicações, ao afirmar que precisamos de celulares mais baratos no Brasil, assim como de serviços de banda larga mais baratos. Para tanto, basta nos espelharmos no que foi feito no caso dos PCs, quando desonerou-se a sua carga tributária, ampliando-se imediatamente o acesso aos computadores no país. Vale ressaltar que esta decisão assertiva de nosso Governo deve levar o Brasil ao terceiro lugar no ranking dos maiores mercados mundiais de PCs até 2010. Em tempo, a arrecadação tributária total também tem sido aumentada, devido ao aumento expressivo das vendas de PCs.

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